ALÉM DA VELOCIDADE
Bem vindo ao blog Além da Velocidade. Espaço criado por Fábio Campos - jornalista especializado e integrante dos podcasts Café com Velocidade e Loucos por Automobilismo, com a intenção de discutir o esporte através da análise crítica, sempre buscando aprofundar-se nos debates que envolvem corridas, seja no Brasil ou no mundo. Aproveite esta página, leitor ou leitora. Compartilhe sempre suas opiniões com o blog e faça do Além da Velocidade um rico espaço de discussões e reflexões.
domingo, 9 de fevereiro de 2020
Teste - Além da Velocidade
Teste para verificar qualidade, diagramação e formatação do blog Alem da Velocidade, produzido por Fábio Campos.
Teste 4, referente a imagem e texto
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
A triste cultura de equipes que trabalham para um só piloto
Meu comentário em áudio na 2ª edição do Café Expresso!
Estamos nos acostumando com a ideia de equipes trabalharem para apenas um piloto. Mas essa filosofia tem um preço: as disputas internas vão se tornando cada vez mais coisa do passado...
Para ouvir, é só clicar aqui !
quinta-feira, 30 de agosto de 2018
O que anda faltando na cobertura da Fórmula 1?
É com grande satisfação que estreio hoje a seção de comentários "Café Expresso".
A partir de agora, sempre na página do Café com Velocidade, farei colunas em áudio com a mesma ideia de sempre: ampliar as discussões e reflexões sobre Fórmula 1 e automobilismo.
A primeira edição está aqui. Nela, faço uma análise sobre a falta de posicionamento e opinião na cobertura do principal campeonato de corridas do planeta.
Para ouvir e comentar!
A partir de agora, sempre na página do Café com Velocidade, farei colunas em áudio com a mesma ideia de sempre: ampliar as discussões e reflexões sobre Fórmula 1 e automobilismo.
A primeira edição está aqui. Nela, faço uma análise sobre a falta de posicionamento e opinião na cobertura do principal campeonato de corridas do planeta.
Para ouvir e comentar!
Marcadores:
Coluna em áudio,
Fórmula 1,
Jornalismo e Imprensa
sexta-feira, 11 de maio de 2018
O GP da Espanha por ângulos diferentes
Um lugar onde tive a imensa satisfação de poder estar entre 2011 e 2014.
Entre centenas de fotos, selecionei algumas do "arquivo pessoal" para deixar aqui.
quarta-feira, 2 de maio de 2018
Por que é importante que Azerbaijão 2018 seja lembrado como exemplo positivo ao invés de negativo
Você se lembra de um GP em que Senna e Prost trocaram de posições tantas vezes numa mesma corrida, com tentativas por dentro e por fora, como fizeram os garotos da Red Bull no último domingo?
A Force India viu toques entre seus pilotos e decretou a
proibição total de disputas na pista. A Ferrari, a grande equipe da história da
Fórmula 1 e aquela que deveria ser a mais enraizada ao esporte justamente por ter vivido o passado tão rico da Fórmula 1, trabalha claramente para apenas um carro, sendo avessa a batalhas internas. A Mercedes assumidamente contratou
um piloto que "convive bem com o outro lado da garagem" – nas palavras ditas pelo
próprio Toto Wolf.
Essa é a razão da reflexão expressa neste e no texto
anterior.
O que preocupa e, confesso, me causa grande incômodo é ver a
turma do “está vendo só” acreditar cada vez mais ter razão. Os que dizem “está
vendo só como tem que proibir”, ou que clamam “está vendo só porque essa ou
aquela equipe não permite brigas?”. Tenho forte impressão que essa turma ganha
mais adeptos quando acidentes como o da Red Bull no Azerbaijão ocorrem. Há pouco tempo lancei no twitter
um post condenando a postura pobre da Force India com Perez e Ocon, e me surpreendeu
o número de fãs que defendia a proibição, como se o resultado da equipe viesse
antes mesmo do divertimento deles próprios, os fãs.
Hoje em dia, muita gente que vai para uma arquibancada ou
que assiste pela TV prefere ou aceita que lhe sejam
negadas disputas que podem entrar para a história, ou deixar boas "marcas",
como potencialmente faziam Ricciardo e Verstappen antes do contato. Nessas
horas me pergunto onde está a imprensa, onde guardaram os fundamentos do
jornalismo de sempre questionar decisões que beneficiam poucos em detrimento
dos muitos que são a razão de existir de qualquer esporte ou produto
televisivo.
Um parênteses: não assisti às transmissões nacionais da
corrida pela TV – como faço já há 6 anos – mas durante o podcast Café com Velocidade foi citado que comentarias daqui “previram” a batida, algo na mesma
linha do que escrevi no post anterior sobre o comentário feito na TV inglesa.
Como alguém formado em jornalismo, me espanta e causa lamento ver outros profissionais
da área defendendo intervenções “prévias” de equipes em disputas internas, ou
achando absurdo e não reconhecendo o valor para o automobilismo que existe em
dois carros “da mesma cor” dividindo uma freada.
A Fórmula 1 é muito mais Fórmula 1 quando se depara com uma
disputa entre competidores que ocupam a mesma garagem. Isso não
deveria ser um “corpo estranho”, muito pelo contrário. A tensão inerente à esse
tipo de situação deixa as pessoas que assistem ainda mais ligadas, ainda mais
envolvidas e ampliam ainda mais a repercussão no intervalo entre um GP e outro.
Quem não está esperando ou já imaginando como vai será na próxima corrida se as
duas Red Bull estiverem próximas uma da outra na pista?
Pensemos o seguinte, caro leitor ou leitora: qual grande rivalidade vem à mente quando se fala em Fórmula 1 e seu passado? Para a grande maioria, os nomes que surgem na cabeça são Senna e Prost (em grande parte graças ao fato do brasileiro e do francês terem brigado e duelado enquanto trabalhavam sob o mesmo teto).
Pois eu não me recordo com facilidade de um GP em que Senna e Prost tenham se emparelhado, roda a roda, tantas vezes e por tantas voltas como Ricciardo e Verstappen. É claro que ambos travaram grandes duelos, e certamente boas manobras existiram de fato - como em Ímola em 89... Mas o ponto é que é mais fácil lembrar-se de Senna e Prost se chocando em Suzuka do que trocando de posições 5 ou 6 vezes na mesma prova, com um deles tentando ora por dentro ora por fora, como os garotos da Red Bull fizeram no último domingo.
Mas infelizmente Ricciardo e Verstappen, depois de mostrar tanta qualidade e técnica, escorregaram e protagonizaram uma batida. Uma batida que tem, nos dias atuais, um potencial destrutivo muito grande, porque não fez apenas com que uma grande equipe tenha perdido pontos no Campeonato Mundial, mas pode ter feito com que muitos cheguem à conclusão que liberar pilotos para brigar entre si é algo maléfico, ou algo tão perigoso que merece ser podado desde a raiz. Outras equipes podem, vendo o que aconteceu, endurecer suas regras como fizeram as citadas no 1º parágrafo. Espero não estar certo, mas enxergo enorme risco de se associar qualquer disputa interna a um "acidente em potencial".
Como se um toque não pudesse ser discutido, trabalhado e não se pudesse EVOLUIR com base nele. Jamais deve-se relevar este tipo de batida, mas sim usar o que aconteceu e tentar trabalhar em cima disso, seja conversando com os pilotos, seja punindo financeiramente, seja até mesmo suspendendo alguém (mesmo sendo surreal de se imaginar que isso aconteça de fato). Há muitas opções em alternativa à pura e simples proibição.
Importante que a imprensa e os fãs entendam que possuem um papel a cumprir em momentos como esse: o papel de não aceitar que a Fórmula 1 - e por consequência o automobilismo - fiquem mais pobres depois de GPs tão ricos.
segunda-feira, 30 de abril de 2018
Até quando o automobilismo resistirá a toques entre companheiros de equipe?
"O automobilismo corre enorme risco se passarmos - se é que já não passamos - a enxergar qualquer disputa entre companheiros de equipe como um acidente em potencial, e se começarmos a nos preocupar ao invés de nos divertir com exibições como a que Ricciardo e Verstappen fizeram antes do toque"
A batida foi
na volta 40. Até ali, Ricciardo e Verstappen dividiram curvas repetidas vezes.
Foram praticamente 80% da prova percorridos com um desafiando incansavelmente o outro. Durante o duelo, as câmeras de televisão mostravam, também
repetidamente, os “senhores” dos boxes. Bastava uma freada com o holandês e o
australiano lado a lado, uma fritada de pneu, que logo tínhamos as imagens de
Christian Horner, Helmut Marko ou Adrian Newey. O foco nos carros não bastava.
É preciso sempre mostrar o “chefe”, como a encará-lo buscando um possível
indício de reprovação. A briga na pista ocorre com a benção destes senhores, é
o que parecem querer dizer os cortes de imagem para os boxes sempre que dois
companheiros batalham no asfalto.
Essa mentalidade
existir de fora para dentro já é algo que, de forma preocupante, vale uma
reflexão. Mas é muito pior quando a resistência à briga entre empregados de um
mesmo time está enraizada em uma categoria. Há forças muito grandes dentro da
Fórmula 1 que julgam como algo desnecessário, ameaçador até, o chamado duelo
interno. Assistimos ao longo dos últimos anos vários exemplos desse modo de pensar, em várias equipes
diferentes. Quando acontece o que aconteceu com Verstappen e Ricciardo no
Azerbaijão, a F1 passa a correr um risco enorme.
O que deveria
ser um acidente sem grandes consequências (a não ser para o próprio time, é
claro) para o futuro do maior campeonato de corridas do mundo pode ter sido
mais passo rumo ao dia em que pensar em companheiros brigando lado a lado será coisa do passado... Basta recordar algumas decisões recentes na categoria para saber que Baku tem chances de se tornar um
exemplo do que NÃO FAZER, ao invés de ser lembrado por algo que encantou a todos por cerca de 39 voltas...
Hoje, das pessoas
que estão envolvidas com a Fórmula 1, talvez a grande maioria não foi criada no
automobilismo. Não são “gente de corrida”. Muitas das cabeças pensantes que
tomam decisões em cima de situações como a da Red Bull no Azerbaijão são
oriundas do ramo empresarial, onde resultados estão acima de tudo e para as
quais os fins (ou objetivos) justificam os meios – mesmo que “os meios” passem por
rasgar e romper com as características mais fundamentais do esporte.
Não digo que
seja o caso propriamente da Red Bull – Christian Horner e Helmut Marko são crias de autódromos – e talvez por isso a notícia mais recente indica que não
irão cair na tentação de proibir seus pilotos de brigar - algo tão nocivo para o
esporte. Mas o problema é: o que aconteceu no circuito do Baku pode ter
ramificações em outras equipes, ou até mesmo em outras categorias. Um acidente entre companheiros deixou de ser algo condenável e passou ser algo inadmissível, como se toques em uma corrida de carros fossem o fim de todos os mundos.
O pensamento expresso neste texto baseia-se puramente no que vemos nos tempos atuais. Um exemplo? Durante
a fantástica briga que Ricciardo e Verstappen travavam antes do toque, o
ex-piloto Paul di Resta comentava, na TV inglesa, que a Red Bull já poderia, ou
deveria, exercer algum controle sobre a briga com o pretexto de “otimizar o
resultado” – como se o resultado estivesse acima de tudo e justificasse qualquer
intervenção que torne estéril o decorrer da prova para quem a assiste.
Ricciardo e Verstappen erraram de fato. Jogaram fora pontos preciosos. Mas também deram um show, mostraram que disputas de freadas podem ser realizadas com técnica e precisão. De fato, se exige de um piloto de Fórmula 1 que evite o erro do começo ao fim, e logicamente o toque vai gerar mais "barulho" do que qualquer outra coisa, mas não se pode apagar o divertimento proporcionado ao público na maior parte da prova pelos pilotos da equipe.
Proibir uma disputa na pista é o caminho mais fácil. Essa decisão que pulveriza o elemento mais indispensável para as corridas de carros é a mais cômoda, além de arbitrária e muitas vezes prejudicial para a própria equipe. Nesses momentos de pressão vinda de várias direções é que líderes de equipe como Horner e Marko têm uma oportunidade. É preciso agir contra o toque? Sim. Devem ser duros a portas fechadas? Também. Mas sem jogar na lixeira aquilo que atrai fãs, público, TV e atenção tão fundamentais para o esporte seguir como objeto de fascinação e atração para um público que o campeonato busca conquistar.
Donos de equipe têm obrigações e deveres com seus empregados e empregadores de defender suas escuderias até onde for possível. Mas, muitos deles não percebem, possuem também uma responsabilidade de não eliminar com uma "canetada" algo que, apenas por existir, gera frutos e é bom para o bolso deles próprios: as disputas na pista.
As pessoas dentro da Fórmula 1 não possuem o hábito de olhar o negócio como um todo. Muitos, como por exemplo os competentes mas opacos comandantes da Force India, pensam apenas no resultado próprio e imediato. Não lhes passa pela cabeça que um Grande Prêmio do Azerbaijão sem a batida mas com a disputa na pista que ocorreu por quase 40 voltas já teria gerado uma corrida tão boa que traria uma repercussão extremamente positiva para a Fórmula 1.
A Fórmula 1 vive um bom momento. Está em alta. As pessoas estão ansiosas para ver o que vai acontecer no próximo GP. Uma batida não pode colocar isso a perder, embora a história recente aponte para esse risco. A Red Bull tem competência e um passado que a credenciam a não dar um tiro no próprio pé. Colocar os pilotos numa sala e fazê-los entender que podem fazer mais para evitar uma batida, sem autoritarismo e proibições, será benéfico não apenas para a equipe como para a própria Fórmula 1, e é aí que reside a "responsabilidade" citada acima. Quem gosta de ultrapassagens agradece.
* Para que o texto não se estenda, amanhã posto a "Parte 2"....
Assinar:
Postagens (Atom)