quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Spa e Monza, aí vamos nós!

Dias como este 4 de Agosto já aconteceram outras vezes, confesso. Posso afirmar que, felizmente, o que vem pela frente não será algo inédito.

Em dias como o de hoje eu me forço a lembrar de quando eu era “menino pequeno” e ficava vendo as imagens aéreas dos circuitos de Fórmula 1 na TV, sempre tentando reparar nos “cantos” da imagem, no chamado entorno dos autódromos, sempre tentando identificar portões de acesso, sempre imaginando o que eu teria que fazer para encontrar supostas entradas se um dia eu estivesse naqueles cenários de sonho. Sempre enxerguei a Europa e seus traçados como algo inalcançável, algo difícil de pôr os pés um dia. É o que pensa cada pessoa, digamos, "normal" quando se liga a TV num domingo de corrida da maior categoria de todas.

Ver uma corrida de Fórmula 1 ao vivo, fosse em São Paulo ou no Rio de Janeiro, sempre me pareceu um feito difícil, mas plenamente possível. Tão possível que acabou por se tornar algo que desde 1998 já faz parte da minha vida.

Mas assistir a uma corrida de Fórmula 1 na Europa sempre foi um sonho daqueles que você tem, mas que sabe que beira o impossível.

Só que as voltas acontecem e às vezes o impossível se torna possível.

Hoje tive a certeza de que o sonho vai se tornar novamente real, embora não tenha deixado nunca de ser um sonho. A melhor coisa que pode acontecer ao conseguir se realizar um sonho é ter a certeza de que ele continua sendo um sonho.

A partir de 24 de Agosto, uma viagem para pisar em terrenos que sempre pareceram cenários de ficção. Até hoje ainda parecem...

Spa-Francorchamps, Bélgica... Monza, Itália.

Dias como o de hoje são o ponto de partida para semanas que podem ser chamadas de tudo, menos de “corriqueiras”. A partir de agora, dorme-se pensando nisso, acorda-se pensando nisso e passam-se os dias a pensar sobre isso, imaginando-se os detalhes a acertar, pensando em cuidar de tudo para que, quando estiver sozinho “lá longe” nada de imprevisível aconteça. Por essa tensão, por essa expectativa, por essa adrenalina – adrenalina que vicia (não tenha dúvida disso, leitor), por tudo isso, dias como o de hoje garantem que os que virão sejam diferentes, mas diferentes de um modo tão positivo que você, depois que tudo passar, sentirá falta até mesmo da sensação que reforça aquela frase que diz que “o melhor da festa é esperar por ela”.

Ok, não será a primeira vez...  Mas mesmo que não seja, ainda acho que a sorte que tenho (não só ter a oportunidade de ir até lá, mas também poder voltar lá) se materializa quando não deixo que o sentimento e a emoção que envolvem essas jornadas se tornem algo comum. A sensação, por incrível que possa parecer, ainda é de novidade. Uma novidade que não é nova, mas que parece com a da primeira vez.

Certa vez vi na TV um jornalista que há décadas faz cobertura de GPs dizer que ainda sente adrenalina quando vai para a pista, ou quando escuta o primeiro motor roncar alto (quando o citado jornalista fez essa afirmação, os motores ainda roncavam alto).

Lembro que duvidei do que dizia o profissional... “Como pode jornalista tão experiente sentir o mesmo frio na barriga – palavras do mesmo – que sentem os iniciantes que pisam num autódromo pela primeira vez?”, pensei.

Eu estava errado.

Ir para uma pista ver uma corrida de Fórmula 1 nunca será algo corriqueiro. Pelo menos não para alguns....

Ir para uma pista de Fórmula 1, depois de passar toda uma infância sonhando, e se achando tão distante daquilo, é algo que vale cada centavo, cada sacrifício. Não é como no comercial de cartões que diz “não tem preço”.

Sim, tem um preço. Mas como tudo que se compra, deve-se refletir sobre o que se ganha ser mais valioso do que aquilo que é cobrado.

E quando você viaja para ver uma corrida lá fora, quando você pisa dentro daquele universo tão distante ou quando o primeiro carro cruza o asfalto a sua frente, você ganha algo que ficará com você para sempre. Ninguém poderá lhe roubar, ninguém poderá lhe tirar.

O que se ganha ao pisar em Spa ou em Monza são coisas que não vou nem tentar a aventura de converter em palavras. A única coisa que posso afirmar com a convicção de não errar é: ganhe o que for, sinta-se o que for, será algo que um fã de corridas guardará com ele para o resto da vida.

Perguntam-me sempre: Vale o sacrifício?

De fato, uma imagem vale mais que mil palavras...




8 comentários:

  1. Sabe de uma coisa Campos, vc está corretíssimo. Se tem uma imagem que me recordo com carinho de Spa, foi vc que me proporcionou. Uma imagem pura, singela, quando na Eau Roje, vc captou uma criança andando num carrinho. Já pensou no que sonhava aquela criança?...Sonhava que um dia ela iria pilotar um Fórmula 1 de verdade. Pelo seu sorriso, dava pra enxergar isso.
    Meu sonho vai na mesma linha do seu, sendo que é ir assistir as 600 milhas de Charlote, onde se eu tivesse sonhado de verdade, veria neste ano, meu piloto favorito vencer.
    Não sei para vc qual é o sentido da sua vida, mas o sentido da sua vida para nós, leitores, é continuar nos fazendo sonhar.

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  2. Show, Fábio. Li seu texto lembrando da minha infância, com sonhos parecidos com os seus... Aproveita, Mr. Fields! Nós estaremos com você na torcida para serem mais duas provas inesquecíveis!

    Cristiano Estolano

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  3. Que felicidade em ler essa notícia Campos! Na certeza que um amigo realiza, mais uma vez, o sonho contínuo de está em um templo sagrado do automobilismo.

    Mais rápido que um F1, Além da Velocidade, já penso na alegria do retorno para nós leitores e ouvintes!

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  4. Fábio,

    Certamente vale o "sacrifício". Estar justamente nesta duas etapas, consideradas por onze entre dez amantes do esporte a motor, como "templos sagrados", realmente não tem preço!

    Agradeço pela visita no blog, e o link já está devidamente exposto em "visita recomendada"

    grande abraço

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  5. Boa Fábio, afinal alguém naquela Rádio Fumec tinha que vingar! Levando em conta o sucesso da foto no topo da Eau Rouge (tal qual um Buda) que sugeri, pensarei em novas pautas fotográficas aqui! Vai nessa meu filho!

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  6. minhas duas pistas prediletas. Monza mais que tudo.
    Divirta-se e divirta-nos.

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  7. Só vou dizer aqui eu um dia irei contigo assistir uma corrida em Spa.

    Mas te dou razão no ponto que conheço: Em 2016 faço 25 anos ininterruptos de GP Brasil de Fórmula 1... e até hoje o cheiro da gasolina e a sensação do rugido no primeiro treino livre ainda é a mesma de quando eu tinha míseros 7 anos de idade.

    Grande abraço e boa viagem, meu amigo!

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